Afagas borrões, que são os pensamentos quando dissipados na multidão, sem te aperceberes. Dizes que gostas de alguém com os olhos, sem que nunca o chegues a saber. És movimentos efémeros e alter-egos em noites quentes e cheias de pouco. Caminham-te - tantas vezes - nas expressões desencantos, sem que nunca tenhas tempo de os ver. E és amor quando só azedo de ti sabem, és espaço quebradiço no peito de alguém que não te chegou a conhecer. No fundo, és que nem uma nódoa que nunca ninguém manchou, uma tela branca arrumada num canto com pó e saudades. És saudades - és montanhas de saudades - saudades do cheiro do mar e dos fins-de-tarde com um livro na mão - folheando as páginas e tentando encontrar amores que se perderam há muito tempo atrás. E se me perguntarem por ti - confesso-te - direi que nunca cheguei a saber-te. Porque na verdade, na verdade és pouco mais que ventos que não consegui tocar, sons que não soube entender e percepções de tempo que mal medi. No fundo, no fundo, fomos desconhecidos que viveram amores que não eram de ninguém.
With love, Diana <3